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Baiano de dois anos se torna o brasileiro mais novo a entrar em sociedade de alto QI



É comum que pais e mães comparem a inteligência dos filhos com a de outras crianças. Muitas vezes, nesse momento, as famílias acreditam que têm um pequeno gênio em casa. Acontece que, na maioria das vezes, as tais "altas habilidades" não se confirmam e acabamos, todos, mais ou menos nivelados lá pelos 10 anos de idade.

Porém, os "superdotados" existem e, independentemente da corujice familiar, serão descobertos. É o caso de Benjamin Lustosa, baiano de Feira de Santana. Com um Quociente de Inteligência (QI) de 133, o baianinho de apenas dois anos, se tornou a criança brasileira mais jovem a ingressar na International Legion of Intelligence (Intertel), que reúne pessoas com desenvolvimento intelectual acima de 99% da população mundial. Ele foi aceito na entidade no último mês de setembro.

A pontuação de Benjamin é considerada alta no Brasil, onde a média de QI é de 83, segundo os cientistas Richard Lynn e David Becker, no livro The Intelligence of Nations (A Inteligência das Nações, em tradução livre), de 2019.

A superdotação do pequeno foi constatada no último mês de agosto, após consultas com um neuropsicólogo. Segundo a mãe do geniozinho, a advogada Dayane Lustosa, 37, ele começou a dar os primeiros sinais de desenvolvimento avançado ainda nos primeiros meses de vida, passando a falar os números pouco depois de completar um ano de idade.

“Eu tomei um susto porque não imaginava que ele teria esse conhecimento tão cedo, mas não levei tão a sério porque podia ser coisa de mãe. Ele passou a chamar mais atenção com um ano e meio por associar formas geométricas e as letras com palavras, além de demonstrar uma grande facilidade com o inglês, um idioma que nem eu, nem o pai sabemos”, disse.

Devido à precocidade de Benjamin, os pais decidiram matriculá-lo na escola. O desempenho da criança chamou atenção de imediato e a família foi chamada pela equipe pedagógica da instituição para uma reunião em que foram aconselhados a levá-lo em um médico especializado, onde testes comprovaram QI acima do normal.

“A escola disse que ele demonstrava um conhecimento prévio acima da média para a idade dele, além de um forte apego pelos livros. Como o teste é não-verbal, a neuropsicóloga disse que ele poderia ter um QI ainda maior, por demonstrar uma boa capacidade de comunicação”, continuou.

Além da Intertel, ele é o quinto superdotado mais jovem inscrito em outra entidade para superdotados: a Mensa Brasil, que reúne os 2% mais inteligentes do mundo. Quanto aos interesses do pequeno, Dayane conta que o principal tema são planetas e coisas relacionadas ao espaço, além da associação entre cores, animais e formas geométricas em português e inglês.

“Ele se dedica ao máximo para aprender sobre os temas que gosta, chegando a ir para a cama com os livros. Atualmente, a grande paixão é a associação de opostos como ‘grande-pequeno’ ou ‘claro-escuro’. Por ter hiperfoco, ele também tem uma grande dificuldade para dormir e com isso, precisamos ser um pouco mais flexíveis com o sono dele para que ele consiga o estímulo que precisa”, seguiu.

Por orientação da neuropsicóloga, Benjamin passa o turno oposto fazendo atividades extracurriculares na escola. Quanto à relação com as outras crianças, a mãe Dayane conta que ele tem preferência por interagir com crianças mais velhas, entrando em salas de séries mais altas, sem querer sair quando necessário.

“Ele interage tranquilamente com as crianças da idade dele, mas quando ele satura das atividades, começa a procurar outros estímulos. A escola já acompanha isso e tem estratégia para que ele se mantenha ativo. Um exemplo são as aulas de pintura, onde ao perceber que ele está enjoado, os professores já procuram outras coisas, como levar ele pelo colégio”, detalha a mãe.

Dayane também tem outra filha, Antonella, gêmea de Benjamin. A advogada desconfia que por demonstrar grande habilidade de liderança e comunicação, a pequena também é uma criança superdotada. Ela relata como a descoberta da superdotação mudou a maneira que os pais lidavam com o filho.

“Antes, quando ele queria alguma coisa, nós dizíamos que não e acabou. Achávamos que a insistência era birra de criança. Agora, podemos entendê-lo e dar o suporte emocional e o estímulo que ele precisa. Hoje, ele está muito mais solto porque se sente compreendido e nós conseguimos dar o apoio necessário, já que mesmo com a atitude de uma criança mais velha, ele ainda tem a sensibilidade de um menino de dois anos”, finaliza.


Por Gilberto Barbosa/coreio
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