Faleceu às 22 horas de sábado, 25 de abril, no Hospital São Rafael, em Salvador, onde se encontrava internado em decorrência de complicações cardíacas, o médico Luiz Alberto Gonçalves Andrade, 64 anos, natural de Ipiaú, membro de uma família tradicional da cidade. O corpo será cremado neste domingo, 26. Luiz Alberto Gonçalves Andrade era divorciado e deixou três filhos: Virgilio, Luisa e Alexandre.
Graduado pela Escola Bahiana de Medicina, com especialidade em otorrinalaringologia, ele também atuou como médico legista, inclusive tendo exercido o cargo de Coordenador Regional do IML – Instituto Médico Legal de Eunápolis, além de médico socorrista do SAMU.
Sua trajetória profissional teve inicio em Ipiaú, com um consultório na Rua Floriano Peixoto. Foi diretor do Hospital Geral de Ipiaú (HGI) e clinicou na Fundação Hospitalar. Não cobrava consultas daqueles desprovidos de recursos econômicos. Era muito querido neste município. Algum amigo de infância lhe apelidou de “Luiz Drácula” e assim ficou conhecido por muitos que tinham proximidade com ele.
Luiz militou na política ipiauense como apoiador da diversos candidatos a prefeito, entretanto, foi em Eunápolis que arriscou a disputar um cargo eletivo. Nas eleições de 2016, concorreu ao cargo de vice-prefeito pelo PSDB, em uma chapa encabeçada por Cordélia Torres-PMDB-, esposa do ex-prefeito Paulo Dapé.
Luiz Alberto Gonçalves Andrade era o caçula dos nove filhos de Eutimio Mendes de Andrade e Helenita Gonçalves de Andrade (dona Mocinha). Relevantes serviços ele prestou a Ipiaú e Eunápolis, onde gozava de muito prestigio e morava há 25 anos, além de outras cidades.
Em Ipiaú se colocou como médico legista, em substituição a Dr. Salvador da Matta, sem nunca ter sido remunerado pelo estado. A prestação voluntária de tal serviço evitava que os cadáveres das vítimas de morte violenta fossem conduzidos para Jequié, conforme acontece atualmente, afim de serem submetidos a necropsia.
Luiz sempre foi bom de prosa, caracterizando-se como um autentico memorialista. Gostava de narrar façanhas de ancestrais e conterrâneos. Protagonizou alguns aprontes no tempo da juventude quando curtia farras homéricas e contava muitas piadas. Fazia caçadas pelas matas da região e fumava exageradamente. Após a morte do filho primogênito, Virgilio, em um acidente automobilístico na região de Eunápolis, começou a perder a alegria habitual.
Ultimamente morava em Salvador, numa casa de repouso conhecida como “Hotel Sênior”, localizada no bairro da Moraria. Por recomendação médica tinha parado de fumar, entretanto, não teve como seguro a abstinência. Retrocedeu ao vício da nicotina e talvez tenha sido esse o principal motivo dos infartos e acidentes vasculares celebrais (AVC) que sofreu. Seu óbito não teve qualquer relação com o COVID-19.
(Giro/José Américo Castro).