O caso está sendo investigado pela polícia do condado de Pershing, em Nevada. Segundo o xerife Jerry Allen, cerca de 50 mil pessoas acompanharam queima da fogueira, e policiais, bombeiros e funcionários contratados faziam um cordão de isolamento. Existe a suspeita que Mitchell estava sob influência de drogas, mas os resultados dos exames toxicológicos ainda não estão prontos.
— Nós não sabemos se foi intencional de sua parte ou foi de alguma forma induzido por drogas — comentou o xerife, em entrevista à Associated Press.
O festival de contracultura acontece anualmente no Deserto de Black Rock, em Nevada, e atrai visitantes de todo o mundo. Um dos pontos altos é a queima de uma imensa escultura humana de madeira — por isso o nome “Burning Man” —, com cerca de 12 metros de altura, que simboliza o renascimento. A fogueira é acesa na noite de sábado e, no domingo, um templo também de madeira é queimado, marcando o fim do evento.
O evento atraiu cerca de 50 mil pessoas para o Deserto de Black Rock, em Nevada - Jim Urquhart / REUTERS
De acordo com o xerife, já aconteceram casos de pessoas tentando correr em direção às chamas e de ferimentos provocados em desavisados que tentam pegar lembranças do festival entre as brasas. Porém, em 15 anos de serviço, é a primeira vez que Allen presencia o caso de uma pessoa que conseguiu se atirar na fogueira. Segundo ele, os organizadores contratam seguranças que formam uma corrente humana para evitar que o público se aproxime do fogo.
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Um dos pontos altos do festival Burning Man é a queima de uma imensa estátua de um homem - Andy Barron / AP
— As pessoas tentam correm em direção às chamas como parte da experiência espiritual do Burning Man — comentou o xerife. — O significado do homem queimando é de renascimento, eles queimam o homem ao chão, para começar um novo capítulo.
Em comunicado, os organizadores do festival lamentaram o incidente e informaram que equipes de suporte emocional foram acionadas para dar apoio aos participantes que ficaram chocados com a cena de um homem se atirando no fogo.
“Agora o momento é de proximidade, contato e comunidade. O trauma precisa ser processado”, afirmou a organização.
OGLOBO